Ontem, vi a lua...
Ela me viu também.
Ela se escondia de tímida.
Percebi por sua aparência.
Mostrava-se em pura inocência
olhava para mim como um lindo
e delicado furinho no céu!
Coisa linda... Se escondendo...
Assim mesmo, parecendo
discreta, exibindo tão somente um halo de prata.
Sei que és tu, oh lua nua e bela!
Hoje nos encontramos assim: Tu, pequena,
fininha e quase invisível aos olhos dos distraídos, que
traídos pelo vai-e-vem dos dias oprimidos,
deixam de enamorar-te também!
Lua, fique nua, seja você!
Não se alue, sê a nossa sempre lua, pois nunca hei de
me afastar de você!
Foste esculpida, pela natureza bendita no dia “D” de Deus...
Quando Deus fez o mundo, no mesmo segundo,
Ele já sabia dos profetas, dos escribas e poetas...
Quando fez o sol e as estrelas, viu que faltava “algo”
quando viesse a noite Então, fazendo alguns planetas como marte e vênus, Deus já estava sabendo, que este “algo”
era você!
Deus fez a mulher... sei que dizem que foi depois de adão,
Não sei não...
Creio que ao término de tudo isto,
suponho que Ele tenha puxado a branca barba, e num momento preciso, a testa tenha franzido e pensado:
O sol não nasceu pra ser narciso...
Eis que se faça, uma fêmea com graça, para acalmar as noites do sol....
E num poderoso sinal, Deus, óh lua te fez!
Escute meu simplório e quase inaudível conselho:
Segue firme. Quer seja apenas no céu, um lindo furinho...
Todas as crianças, poetas, escritores, músicos,
compositores, agricultores, sábios e doutores;
bruxas, elfos, fadas, gnomos e ondinas,
pássaros, animais, todos aqueles que de ti, sempre
constam em seus referenciais... Nem falei dos amantes, nas noites furtivas e ofegantes... ou dos casais, eternos enamorados,
abraçados, nas janelas e beirais.
Nos suspiros das moças que passam refletindo à face, o seu brilho,
ao som de românticas canções...
Dos saudosistas, que contam suas histórias de família...
Ou um náufrago sozinho apoiado em ti, preso numa ilha...
Chora aos teus ouvidos, mágoas de um coração partido!
Lua, sei quem és! Minha, nossa, sempre lua...
Seja apenas um furinho, mas sei que daqui alguns dias,
serás de novo, um gigante dourado, renascendo cheia,
quase imitando o sol, seu namorado...
Deixe que todos os atentos lhe vejam assim:
Um lindo e discreto furinho no alto do céu!
Seja qual for o amor que tens, seja a cor que tiveres,
onde quiseres... O furinho, nada mais é, do que uma singela demostração, que até mesmo a bela e poderosa lua, que discreta, agita os ventos e oceanos, também sente vontades, e carece de parecer lua criança... sem tantas responsabilidades...
Às vezes, também precisa parecer distante,
até mesmo de si...
Pequena, fina e anelar, ela se põe a pensar:
Sou lua, tenho direito de guardar,
mesmo que seja só por uns dias...
meu brilho juntinho de mim...
só para me iluminar!
José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 03/09/2008
Alterado em 29/11/2019