Mimética Dama
Porque me olhas assim,
tão delicadamente de longe...
Porque me perguntas coisas que não
posso responder...?
Porque me maltratas assim!
Ficando tão indiferente,
mimetizando-se em outra,
e esta, não é você!
Trafegando palavras e atos intrigantes
Exibindo-se na beleza e ternura em laços
que não me podem prender
às curvas de seu corpo,
ou na ternura, loucura
ou no tudo de bom
que vejo em você...!
Porque me convidas ruas que
não posso sequer passar!
Porque me convidas a festas que não
posso ir?
Ou porque “dormes” comigo,
balbuciando meu nome,
intimando-me a lençóis
que me aquecem tão juntinho,
apenas em teus suspiros,
e, não entanto, quando me tens,
ao alcance dos dedos,
se afasta e sente medo,
de dizer ou escrever,
o que realmente
quereis de mim...!
Ainda assim,
nega-se a olhar-me de frente.
Será que um dia, vou tocá-la e
sentir seu jeito mais ardente...?
Será que estou condenado a morrer
de sede, enquanto jorras gotículas
em meus lábios, exibindo-se lindamente,
como borboletas em tardes primaveris,
que toquei apenas com minhas lentes...?
Porque vergas palavras tão doces,
se me provocas uma sede de cão que correu
meio mundo, e num segundo,
voltas a fazer-me promessas!
de um dia talvez...!
Sou puro instinto, e tenho pressa!
Estar com você, muito me interessa!
Mas também, sou poeta!
E escrevendo, tento me conter...
É o que me salva... e me tira da agonia
de quere-te tanto...
e, no entanto,
escrevo palavras quentes...
meus pensamentos me atormentam
em noites plenas e frias.
Se não me podes fazer entender,
me deixe aqui somente,
a me iludir de ter você;
e me faça acordar deste sonho
tranqüilamente....
E seguir meu caminho,
a espera de um dia,
poder lhe entender...
José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 08/07/2009
Alterado em 17/08/2009