Meu pezinho de pêssego
Meu pezinho de pêssego,
que quando menino plantei...
vigilante de minha janela,
atento a contratempos
cevei...
Avistei-o brotando e crescendo
as primeiras folhinhas nascendo,
com ajuda e experiência
de meus pais...
Vigiei, vigiei...
Meses depois,
colhi os seus primeiros frutos.
Eram amargos e miúdos
como eu era também...
porém, eles eram “os pêssegos meus.”
Logo depois, com o passar do tempo
talvez, pela ação dos frios ventos
das montanhas de lá,
o pessegueiro, adulto se fez
ficou mais bonito de vez
criou galhos longos e copa,
assanhava-se em leque ao
sopro dos ventos mineiros...
Seus frutos deixaram de ser amargos
cresceram verdes belos e graúdos,
doces macios e carnudos...
Esses, eram os “pêssegos meus.”
Muitos anos se passaram....
eu cresci, como o pessegueiro fez,
fui morar longe de vez....
mas meu pessegueiro ainda
me traz doces lembranças do lindo
tempo de criança...esses suspiros
de nós na garganta....
Conduzindo-me a momentos inesquecíveis...!
Meu pessegueiro ficou sozinho...
Eu também tive que ficar....
Tanto tempo longe de meu ninho,
para me realizar....passei por momentos
também amargos e situações que fizeram
de mim, assim também “miúdo”
Deus nos ensina, assim, as coisas da vida....
como podemos crescer, aprender, com seus
verdes e belos pessegueiros,
para ficarmos crescidos e maduros,
temos de saber reconhecer,
que os momentos difíceis tem seu motivo.
Hoje, eu entendo a razão dos pais
em nos ensinar a lidar com a semeadura...
Ela é uma forma de ensino prático
da vida...
Hoje sei, que todo pêssego que eu vir,
lembrarei do pessegueiro que plantei:
Ele está plantado dentro de mim...
José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 12/02/2010
Alterado em 17/02/2010