INSOFISMÁVEL CORRENTEZA
Oh incomensurável correnteza...
Que de leve, nos leva a todos...!
Oh insofismável certeza,
Que brilha aos nossos olhos, com figuras
e mistérios, e no entanto, não se deixa enganar...!
Oh força que nos controla,
e também, nos descontrola;
se mostra a todo momento,
como pequenos sinais.
Finge não nos vigiar...
mais cedo, ou mais tarde,
com toda certeza, entre brumas,
o silencioso barqueiro virá!
Seja você o mocinho ou bandido,
seja às claras ou bem escondido...
seja plebeu, príncipe, rei ou um simples ferreiro...
seja, Negro, branco, vermelho ou amarelo...
seja maldoso, bondoso, feio ou belo...
Quer seja primeiro, último ou do meio...
o momento vai chegar...!
Essa misteriosa força, com um riso brejeiro,
com delicadeza de moça, ou com a fúria de um guerreiro,
“ele”,...virá sem avisar...!
Não haverá remédio que o impeça,
argumento, pacto ou promessa...
A essa força; o poder, riqueza
ou coisas que brilham na terra,
nada interessa...!
Não haverá, em absoluto, nada,
que em sua missão, lhe impeça!
Estando em casa ou não... Em
campo aberto, ou numa festa,
dizendo sim ou não...
viajando, trabalhando,
estressado ou meditando...
Não haverá alternativa:
“...quando a hora chegar!”
De nada adiantará esconder-se,
na mata, no porão do navio ou no fundo do mar...
Na mais profunda caverna...
Sentado, bebendo em alguma taverna,
protegido, por amuletos, nu, ou paramentado...
Estando em seu registro no livro marcado;
“Ele virá!”
Pode ser, dos homens, o mais poderoso,
ou talvez, o mais desconhecido...
neste momento....o nome, posto, tudo... será esquecido!
Ao barqueiro, somente uma resposta
valerá: Silêncio... respeito... e entrega!
“Creio que nesta hora”,
um anjo lhe ajudará:
Aquele, que lhe acompanhou em silêncio
até no último passo da vida...
Respire fundo e reflita:
Valeu ou não, a pena,
aproveitar todos os momentos dessa vida?
por quê tanta vaidade, rigor e orgulho...
Por quê tanta mágoa... se o perdão e o amor
estão sempre ao nosso dispor?...
...Pensemos bem no que disse Jesus:
“Meu reino não é deste mundo...!”
Acredite, Eu também nunca me esqueço,
de pedir a Mãe-dos-Céus, que sempre esteja comigo nesta viagem...!
Não se engane, todo rio tem queda, mas esta, não há como escapar...!
Pode ser que demore... mas não o ignore,
"O barqueiro Caronte"... virá nos buscar!
Oh incomensurável correnteza...
Que de leve, nos leva a todos
José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 20/11/2010
Alterado em 23/01/2019