São doze horas em ponto.
Hora das doze badaladas...
Doze apóstolos se
debatem de medo.
É a Hora da revelação
do grande segredo.
Hora da justiça dos absurdos.
Hora da injustiça,
dos moribundos.
Hora dos desafortunados.
Hora do sol em Zenith.
Hora do homens do deserto.
Hora da solidão dos Incertos, hora da mansidão e da entrega.
Hora de se perder no trajeto. Hora de mudar o projeto e lembrar da página virada.
Hora do almoço da moça. Hora do almoço de quase todos. Hora do alvoroço.
Hora da marmita dos assalariados... hora do sal. Hora sem sombra. Hora da ida.
Hora do choro... hora da subida... hora de todo o mal... hora de se ter certeza de tudo,
hora de se dar um jeito nesse mundo. Hora do poderoso sinal... !
Hora da certeza de nada... hora da insegurança. Hora do banho da criança,
hora de polir a aliança,
hora da verdade desvelada.
Hora de refletir mais fundo,
hora de se tomar novo rumo.
Hora da partida ou da chegada.
Hora da alimentação da alma,
hora de pausar a mente,
hora de se olhar firme em frente.
Hora de se ter calma...
hora de olhar para o centro,
hora de Meca.
Hora dos mais atentos...
hora de saber o que se tem,
hora de abandonar...
hora de olhar aos céus...
hora de rasgar os véus.
Hora de lavar as mãos,
hora de perdoar os Réus.
São doze horas em ponto,
hora de enxergar o canto.
Hora de largar o manto.
Hora de se entregar.
O relógio marca a hora santa.
O sol se põe ao ponto.
Chega o horário do final...
Hora da maldade insofismável,
hora do mestre viver a dor.
É hora do matador.
Horário do santo ofício.
Hora do sacrifício.
Hora inexorável.
São doze horas em ponto.
Hora de jorrar o pranto...
‘‘ Eles não sabem o que fazem.’’