José Tadeu Alves
Arte é movimento, sua alma está em chama, então você cria...
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Textos
Lamento de poeta
Sei que tenho estado meio distante...
Tenho buscado inspiração
como todo poeta o faria.  
Postei-me de papel nas mãos
isolei-me dos tons e sons.
Meu olhos varreram os mínimos detalhes.
Tentei  buscar o fundo das coisas...
Das flores, da música e das cores.
Não tenho escrito aquelas palavras!
Me fiz guardião das noites
fiquei pra esperar as estrelas...
Meus poemas tornaram-se quase invisíveis!
Meu dilema disputa comigo como um ferrenho
oponente.
Será que o poeta em mim, está fora de si!?
Ontem rasguei dezenas de folhas.
Nelas estavam escritos versos ocos
extremos vacilos a rima.
Tentei construir idéias concisas.
Procurei escrever como um bom moço,
mesmo que fossem poesias imprecisas.
Não conseguia sequer agarrar-me ao
fio da meada.
Meu o sentimento corria de mim
como uma caça desesperada...
Eu era caçador de arma emperrada
Cadê a poesia? Nada, nada de nada!
Construí frases absurdas!
Mordi os lábios, tentando lembrar  fatos
imagens diluídas pelo tempo.
Repassei velhos documentos
ouvi até os sons de Beethoven
que não ouviu!
O poeta sumiu!
Na verdade, pelo que vejo;
perto de um poeta, não
passo de rascunho ou de ensaio
Peço mil desculpas
sei que um poeta é inevitavelmente
desculpável!
Agora, devo voltar à realidade!
Sou de fato um escrevinhador.
Aprendiz da arte da busca do bem viver.
Sou um sujeito sem maldade,
que busca de jeito desesperador,
uma fórmula de aprender
apenas escrever...

  
José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 16/10/2007
Alterado em 19/02/2008
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